Estrela de Davi é um símbolo também conhecido como escudo de Davi, maioritariamente
usado por crentes no Judaísmo. É um símbolo
que apresenta várias
interpretações e
que está
presente em várias
manifestações
culturais e religiosas. Estrela de Davi
Em hebraico, a expressão
Estrela de Davi é
"Magen David", que significa escudo de Davi. É um símbolo
de realeza, e antigamente vários
guerreiros do povo de Israel usavam esse símbolo nos seus escudos durante as batalhas.
A estrela de Davi também é conhecida por algumas pessoas como Selo de Salomão, que foi filho de Davi e considerado o rei mais
rico e sábio
de Israel.
É um símbolo de grande valor para os judeus e
israelitas, e faz parte da bandeira de Israel. Apesar disso, nem todos os
israelitas são a
favor da Estrela de Davi na bandeira de Israel, porque nem todos seguem o Judaísmo. Várias
pessoas indicam que esse símbolo
designa um Estado sionista, o que não
corresponde às
crenças e
ideologias de uma parte do país.
Historiadores indicam que o símbolo
é constituído por dois triângulos porque no alfabeto hebraico usado na
altura do Rei Davi o nome "Davi" era constituído por três letras, Dalet, Vav e Dalet, sendo que a letra
Dalet tem uma forma triangular. Assim, a Estrela de Davi é formada pela sobreposição de duas das três letras do nome Davi.
Alguns autores indicam que um dos triângulos representa o homem e as suas três vertentes (corpo, alma e espírito) e o outro remete para Deus e os seus vértices expressam a Santíssima Trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo). A Cabalá, por exemplo, indica que a Estrela de Davi
remete para o confronto do bem contra o mal, do espiritual contra o físico. Além
disso, os dozes lados da estrela podem representar as doze tribos de Israel.
Durante o holocausto, os nazistas identificavam os judeus que se
encontravam nos campos de concentração
através da
representação da
Estrela de David nas suas roupas.
Atualmente, várias
a Estrela de Davi é
frequentemente usada em tatuagens.
Estrela de Davi e Umbanda
Com o passar dos anos, várias
religiões ou
seitas começaram
a usar o símbolo
da Estrela de Davi, dando-lhe um novo simbolismo. Esse é o caso da Umbanda que indica que cada vértice dos triângulos está relacionado com uma entidade da Umbanda.
Estrela de Davi, maçonaria
e ocultismo
Segundo o escritor maçônico
Nicola Aslan, a Estrela de Davi é a representação visual de uma classe de
símbolos da maçonaria, relacionados com Deus, a criação
e perfeição.
Algumas pessoas
relacionam a Estrela de Davi com o ocultismo, no entanto não
há provas que a sua origem esteja ligada com o
ocultismo. Por vezes existe a confusão entre a Estrela de Davi (que no seu interior
tem um hexágono), uma estrela de seis pontas, com o Pentagrama,
uma estrela de cinco pontas que no seu interior tem um pentágono
e que tem vários significados esotéricos. Quando a estrela
de cinco pontas tem as duas pontas direcionadas para cima, ela está
relacionada com o satanismo.
John Wycliffe (1328-1384) foi um teólogo, professor e reformador religioso do século XIV. Foi considerado o precursor de Lutero e
Calvino. Propôs uma reforma religiosa, na Inglaterra, que só iria se concretizar dois séculos
depois.
John Wycliffe (1328-1384) nasceu em
Yorkshire, Inglaterra, provavelmente no ano de 1328.
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Formação
Com 18 anos Wycliffe foi estudar
Teologia, Filosofia e Legislação Canônica
em Oxford.
Com 26 anos tornou-se mestre do Balliol,
College de Oxford. Em 1361 foi ordenado pela Igreja católica,
passando a exercer a função de vigário
em Fillingham.
Em 1363 voltou para Oxford, onde
concluiu o bacharelado em Teologia, em 1365 e recebeu o grau de doutor em 1372.
Contexto
histórico
Nessa época,
a Inglaterra era governada por "Eduardo III" (que reinou de 1327 a
1377) e a Carta Magna obrigava o rei a compartilhar o governo com o Parlamento.
Porém,
o Parlamento ampliou seu poder, funcionando como "Corte de Justiça", com direito de aprovar impostos, legislar e inspecionar
a administração, impondo seu controle ao poder real.
De 1309 a 1376 o papado permaneceu
instalado em Avignon, na França. E desde 1337 esses dois países travavam uma guerra política
que duraria cem anos.
Diante de toda essa situação, o Parlamento inglês
procurava impedir a cobrança dos impostos eclesiásticos, pois os valores recolhidos pela igreja
enriqueciam os inimigos franceses.
Mesmo dentro desse clima, o papa Urbano
V, em 1365, reclamou os impostos que não eram pagos havia 35 anos.
O que defendia
Wycliffe?
Ainda em 1374, Wycliffe foi convidado
pelo Parlamento para encabeçar as discussões,
com os representantes do papa Gregório XI, sobre as taxações papais, pois a fama do teólogo
já era grande.
O Parlamento, com base na argumentação de Wycliffe, declarou que a submissão da Inglaterra a uma autoridade estranha era ilegal,
pois havia sido decidida sem anuência da nação.
Com sua argumentação ganhou hostilidade do clero e favores do Governo
inglês.Foi nomeado reitor de
Lutterworth, em Leicestershire, cargo que manteve até a morte.
Ainda em 1374, Wycliffe recebeu uma missão que o levou a Bruges, Bélgica,
na qualidade de delegado do Governo, na incumbência
de tratar da questão papal das “provisões”.
Segundo elas, era o direito tradicional
do Santo Padre de nomear quem quisesse para cargos eclesiásticos. Wycliffe foi contra, mas não conseguiu nada de prático.
Após a
morte de Eduardo III, seu neto Ricardo II tinha apenas 9 anos, mas seu tio John
de Lancasterou de Gaunt, assumiu papel de destaque na vida política inglesa, e nele Wycliffe encontrou apoio para
agir com maior liberdade.
As reformas
de Wycliffe
John Wycliffe dedicou-se em traduziu a Bíblia para o inglês,
a fim de torná-la acessível ao povo. Atacou a hierarquia eclesiástica, clamando por sacerdotes pobres, e isso teve
repercussões ainda maiores em sua popularidade.
O alto clero, de modo geral, provinha
da nobreza e acumulava os benefícios de seus altos postos na Igreja
com as heranças das famílias feudais e já não exercia mais as atividades de
caridade e muito menos mantinha voto de pobreza.
O alto clero Intervinha nos negócios do Estado e sua vida decorria em ambiente de
luxo. Os votos de castidade e pobreza eram ignorados
O baixo clero provinha, em grande
parte, das camadas mais humildes da população, era pobre e
frequentemente analfabeto.
Tudo isso era abertamente criticado
por John Wycliffe. Suas críticas à Igreja desempenharam
importante papel por ocasião da "Legislação Antipapal", aprovada pelo Parlamento em 1376.
Em 1376, publicou“Sobre
a Propriedade Privada”no
qual afirmava, que todos os direitos, inclusive o da propriedade, emanavam de
Deus, que os bens terrenos do clero deviam ser tomados e a Igreja devia se
dedicar apenas aos assuntos espirituais. Dizia:
“Qualquer, propriedade na mão do clero é basicamente
pecaminosa”.
Afirmava que a possibilidade de
usufruto particular de uma propriedade devia ser resolução atribuída ao Estado e não à Igreja. Pressupunha a necessidade de encampação pelo Estado das terras pertencentes à Igreja.
No ano seguinte, o bispo de Londres o
convocou, juntamente com seu protetor, John de Gaunt, para depor em um processo
em que era acusado de “erro de pregação”.
O julgamento não se realizou, pois os homens fieis a Gaunt atacaram a
guarda pessoal do bispo e Wycliffe se viu livre da Catedral de São Paulo, onde iria depor.
O papa Gregório XI emitiu cinco
bulas condenando dezoito conclusões de Wycliffe e ordenando sua prisão até a apuração dos fatos.
Mesmo com sua liberdade ameaçada, mais uma vez o reformador compareceu perante o
Parlamento
para criticar a saída de valores ingleses para as mãos da Igreja.
A Igreja e dois Papas
Enquanto isso, a Igreja se dividia.
Clemente VII fora eleito para papa pelo clero francês, em Avignon, e Urbano
VI reconduzia a sede do papado para Roma.
O choque entre os dois papas era o
que John Wycliffe precisava para chamar os papas de Anticristo. Voltou-se
contra todos os dogmas da Igreja: absolvição dos pecados, a hóstia, tudo era alvo para os ataques de Wycliffe.
À medida que Wycliffe radicalizava, passava a ser um
entrave à política exterior britânica e Gaunt pediu que ele silenciasse. Abriu-se um
abismo entre Wycliffe e o Parlamento.
Últimos anos e morte
O fervor popular por Wycliffe,
despertado por suas ideias cada vez mais críticas sobre as
desigualdades sociais, fez crescer a desconfiança que lhe devotava a
nobreza, que antes lhe apoiava.
Os efeitos da guerra se fazia sentir
com mais força entre os mais humildes. A baixa
produção, o desemprego e a peste negra
deixou um panorama de miséria.
O Governo só tomava medidas de
proteção aos interesses da nobreza. As
doutrinas de Wycliffe serviram de respaldo ideológico para os
camponeses, que liderados por Wat Tyler invadiram Londres.
A situação só se acalmou com a morte de Tyler e a supressão da servidão, a maior reivindicação do trabalhador rural.
Os camponeses saíram de Londres com a libertação dos presos e a promessa
de outras medidas. Mas logo a seguir o rei revogou a supressão da servidão.
Wycliffe foi condenado pelo arcebispo
de Canterbury, embora mantivesse o cargo de reitor. Prosseguiu com seus
trabalhos e no fim da vida escreveu “Trialogus”, súmula de suas teorias.
John Wycliffe faleceu em Lutterworth,
Inglaterra, no dia 31 de dezembro de 1384, em consequência de um derrame
cerebral.
Em 1415, o Concílio de Constança ordenou que seus
restos mortais fossem queimados e as cinzas jogadas nas águas do rio Swift, que banha Lutterworth.